quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A ti, a mim e a todos.

Um dia escrever-te-ei um poema, um que valha a pena, do tamanho de Adamastor e da minha imaginação.



Escrever-te-ei dos dias de escrita à janela, dos sorrisos aos ecrãs, dos louvores aos compromissos e das críticas às ilusões.


Dir-te-ei em sussurro as inseguranças, os desejos, os orgulhos e os sonhos…


Farei com que sintas a ansiedade e a procura desenfreada do meu abraço no poema que a ti será dirigido.


Dar-te-ei em testamento poético os malmequeres as tulipas que plantei com o vento, naquele vaso ingénuo que tu próprio achaste ser o meu mundo cor-de-rosa.


Farei com que à medida que fores lendo, te absorvas, te arrepies, te aproximes e te aprisiones às minhas palavras, aos meus pensamentos e a tudo aquilo que sou e sei ser…


Ainda não sei como irei escrever mas sei que o farei. Sei que te irei falar do ano complicado que se estará a esgotar e das surpresas que nele irei encontrar.


Estou certa que irás gostar e aplaudir cada palavra. Dir-me-ás que estás feliz e que aquele poema é perfeito, tão perfeito como o castelo subtil que iremos desenhar com o tempo.


Irás retribuir-me o abraço, elogiar as pétalas brilhantes que imaginei e apreciarás a minha opinião franca do mundo agreste que eu teimo em ignorar a fim de conservar a minha ingenuidade terna e fatal.


Será um poema, um conto e um ponto, uma história, uma espécie de Panis Angelicus adaptado às incoerências de alguém que vive afogada em pensamentos complexos.


Sei que será assim. Um poema meu e teu, nosso.


Sei com a mesma certeza fraca e ténue que também me diz que quando assim for, será único e irracional.


Um dia será assim…


Um dia terei um poema ilógico e verdadeiro escrito, porque um dia irei ter um verdadeiro, único, fiel e ilógico amor a quem escrever.


31-12-09

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

machines

E se a máquina falha não foi ela que falhou. Foi o Homem quem a criou.

E o Homem falha porque pensa e porque sente e porque vive.


A máquina não falha. Se falha é porque o criador a deixou falhar. Não a preparou para o êxito total. Se o Homem a cria com falhas, ela irá falhar. Se a cria, dotado de toda a supremacia e omnisciência sobre ela, sem qualquer absoluto cálculo errado, então não falha.


A máquina não ama nem é feliz. Se disser que ama e que é feliz, é porque alguém a fez para artificialmente o dizer. Dizer que ama e que desfruta da vida.
Mas dizer…

Dizer?
Palavras nem sempre bastam. Bastam para as máquinas que não sentem os sons e as letras e as frases. Só as decoram, codificam ou descodificam e programam.

Dizer?
Diz-se muito e demais. Fala-se tanto mas conversa-se tão pouco.
As máquinas não conversam. Falam. Dizem. Criam utilidade.
Mas não sentem, não amam nem conversam.


Porque se sentissem, conversassem ou amassem era certamente humanos. Porque só o Homem ama.
Cria. Destrói. Ama. Odeia. Glorifica. Derruba. Sente. Esquece. Aproveita. E falha.


O Homem cria as suas máquinas e com elas, se estas falham, cria as falhas delas. Mas as falhas que cria, são conhecimento. São erros mas saber futuro.
Quando se erra já se sabe que o caminho não é por ali.

Cria-se e erra-se. E tem-se consciência do que se é.
O Homem cria e ama a criação que saiu de si. Orgulha-se e felicita-se. E vive com os outros e ás vezes para os outros.




Se falha foi porque tentou.
Porque quem não tenta não falha
nem alcança nada.

AnaCatarina.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

women.



A man can have a woman and love her.

A man can have a gun and he can like it.
 A Man can have a gun and kill someone or kill himself.

But if a man loves a woman, he can't kill anyone, just himself. -AC



Há alguns dias disseram-me que as mulheres eram a coisa mais perigosa do mundo.
Bem, não acredito que sejamos assim tão temíveis, mas alguma razão ele há-de ter.
Podemos, hipoteticamente (e baseada na opinião de alguém) designar as mulheres como as SS.
SS porquê? Porque na opinião dele, as melhores ou as piores armas das mulheres – armas estas que nos conferem o título de maior perigo – são a Sensualidade e a Sedução.


Nem todas as mulheres as usam por norma, mas quando queremos algo, com muita vontade, há que saber dispor do que nos foi oferecido pela natureza.
As mulheres não têm nada a ver com beleza exterior. Bonitas ou foram dos padrões, usam-se outros trunfos. Trunfos de personalidade.

Nem todas as mulheres querem, mas a maioria quer alguém que as faça sentirem-se ainda mais especiais do que merecem.
Alguém que as faça sorrir sinceramente ou mostrar um sorriso enviesado, alguém que as deixe suspensas com um poema, uma canção, uma frase, um olhar…
Não querem o mundo mas gostam que alguém mostre que lho poderia dar, porque ela o merece e porque ele a ama o suficiente para isso.


Mulheres gostam de sorrisos e de mãos dadas, de olhares travessos e gargalhadas comprometidas.
Gostam que as seduzam levemente, sem ponta de arrogância, prepotência ou possessão.
Gostam de amar. E para isso e quando isso, em horas de dificuldades, fazem uso do título. SS. Porque as armas foram feitas para tempos difíceis e nunca ninguém disse que o amor era fácil.


Nem sempre resultam e quando resultam nem sempre é para sempre.
Mas acabam por resultar uma, duas, três, quatro, cinco vezes …
Até que há-de chegar ao ponto perfeito. A mulher usa a melhor frase, o sorriso mais encantador, ao mais profundo olhar, ao perfume mais convidativo, à dança mais abrasiva, ao tocar mais marcante… Em resumo, à sedução perfeita.


Não se oferecem. Mas são capazes de mostrar os defeitos e as qualidades de uma maneira cativante, doce, suave e hipnotizante, conjugando a sensualidade da sua personalidade com a sedução do ambiente criado.


O que quer então uma mulher? Quer o mundo e todo o resto. É com certeza um conceito subjectivo aquele que têm, temos, do mundo.
Mas é um mundo onde é legal o uso propositado de armas. E é um mundo onde as mulheres nem sempre vencem mas onde também não morrem em combate.

Ac.