Ultimamente tenho perdido a escrita. Vou escrevendo em folhas soltas e depois adio a sua codificação. Deixo de escrever aquilo que elaborei mentalmente porque não tenho tempo, oportunidade ou vontade. E vão-se passando dias. E dias.
E custa não escrever. Porque desde há muito que o faço. Há muito que escrever e escrever para os outros lerem se fez um bom hábito. Um hábito que quero conservar.
Portanto, deixar de escrever é como se me estivesse a perder aos pouquinhos. Pode ser difícil para quem não costuma escrever compreender até que ponto a escrita pode ser importante.
É simplesmente assim. Em cada texto que escrevo, seja ele mais ou menos extenso, seja ele mais ou menos sentimentalista, seja ele o que for, há sempre um pedacinho de mim que sai para o exterior. Algumas das personagens que refiro são baseadas em amigos, conhecidos e familiares; amores e desilusões são quase sempre de experiencia própria ou bem perto disso; as reflexões sobre um tema, seja qual for, são sempre um tema que me diz alguma coisa.
Em cada texto há sempre algo que só eu percebo, porque tudo aquilo é apenas fruto de mim. Do meu consciente, da minha sensibilidade do meu estado de espírito. Dos meus conhecimentos e das minhas falhas no saber.
Acho que alguém que leia o que escrevo pode conhecer-me bem. Porque afinal, eu demonstro-me nos textos. E quem lê sabe. Pode é não ter consciência disso.
Há por isso muito de mim em cada linha, em cada página, em cada texto…
E há muito também, nas pausas que faço na escrita. Nos dias em que não escrevo. Naquilo que prefiro não escrever.
Há nas pausas uma razão. Um desconforto confortável. Uma ausência penosa. Um celibato insensível que se adia quebrar. Uma pauta vazia que o compositor se recusa a enfeitar. Há tudo isso e muito mais. Cabe lá tudo, no vazio.
Mas é assim mesmo. Ás vezes escrevemos porque estamos bem ou mal, ou tristes ou apaixonados, ou felizes ou desapontados, e queremos que as pessoas saibam disso, ainda que nem se apercebam. Ás vezes não escrevemos porque estamos bem ou mal, tristes ou apaixonados, felizes ou desapontados e não queremos que as pessoas, ainda que possam nem se aperceber, se apercebam.
E custa. Porque aquilo que em outros momentos deixamos sair, fica nos dias em que não escrevemos, cá dentro, a pesar.
Catarina.
3 comentários:
Tens razão. Os nossos textos, são sempre os nossos textos e, quer queiramos quer não, mostram sempre um bocadinho daquilo que somos, daquilo que pensamos. Sabe bem escrever. Sabe ainda melhor que nos leiam! E que gostem de nos ler! Eu gosto que escrevas, gosto dos traços da tua personalidade que consegues reflectir na escrita, gosto de te ler e gosto de ti assim, como és!
Os meus textos,assim como os teus, também me dizem sempre algo e estão sempre relacionados com qualquer coisa minha, quanto mais não seja, a minha imaginação! Mas
as pausas prolongadas...essas também têm o seu significado. Talvez até signifiquem mais que um conjunto de palavras bem estruturadas! é que das duas uma: ou está tudo muito bem, ou está tudo muito mal! espero que contigo esteja tudo bem! já é tempo de te ver, realmente, feliz!=)
um beijinho bem bem grande minha catarina. gostei de te ver ontem!! ´já não te via há um tempão. devias era ter vindo sair connosco mas pronto, pra proxima nao me escapas, nem que durmas na rua!!! só para teres um bcd de noção, eu ainda estou como me vist ontem! bahh =/
beijinhos * gosto de ti, gosto muito de ti :)
*contigo esteja tudo muito bem
ps: gosto do texto!
Enviar um comentário