sábado, 17 de janeiro de 2009

Envelhecimento

Já que o tema principal do nosso blog é as Indecisões, hoje trago mais um assunto que me causa algum transtorno. Li esta tarde no “Sol” que o Sistema Nacional de Saúde português faz em 2009 trinta anos. Este facto levou-me a pensar no envelhecimento da população nas sociedades actuais, já que é principalmente a população envelhecida que se serve deste serviço.

Actualmente a esperança média de vida em Portugal é de 76 anos, bastante superior à de meados do século XVIII, antes do início da Revolução Industrial, período em que esta se situava nos 35 anos. A questão que eu formulo é: será que vale a pena viver tanto tempo?

No livro que tenho de momento na minha mesa-de-cabeceira, “O Sétimo Selo”, José Rodrigues dos Santos analisa exactamente esta situação. O autor refere que à medida que envelhecemos vamos perdendo as nossas capacidades, até chegarmos ao ponto em que fazemos uma “regressão à infância”, ou seja, à medida que envelhecemos acabamos por perder a nossa autonomia, tanto a nível físico, como psicológico. Parte da nossa memória começa a danificar-se, confundimos acontecimentos, sentimo-nos cansados, temos problemas de saúde e, por fim, precisamos constantemente da ajuda de outras pessoas para sobreviver. Tal como uma criança, também nós dependemos do supervisionamento de outras pessoas. Acabamos sempre por nos sentir humilhados pelo facto de perdermos a nossa independência e capacidade para tratar de nós próprios, características que sempre possuímos durante a nossa vida.

Assim, será que vale mesmo a pena vivermos tanto tempo se a nossa vida se torna tão degradante e vazia? Até que ponto estamos dispostos a perder as nossas faculdades só para acrescentar uns meros números à nossa idade?

6 comentários:

Andreia disse...

Simplesmente Fantástico =D
Lembro-me dessa passagem no livro xD

Beijinho

Ps:Continua assim xP

Anónimo disse...

oh bandidos!! Gostei do texto,
EU AMO O JORGE!!

Anónimo disse...

Estamos dispostos a perder as nossas capacidades, a consciencia e a dignidade, por vezes, com a esperança de concretizar a cura ou realizar os sonhos pessoais que ficaram por cumprir. Ou então, acrescentamos esses numeros porque não somos capazes de o deixar de fazer.

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B disse...

É claro que vale a pena viver o máximo de tempo possível, independentemente de perdermos a nossa autonomia, surgirem lapsos na nossa memória, confusões naquilo que realmente aconteceu, aparecerem sentimentos como o cansaço, alguns prolemas a nível de saúde e aparência, e de regredirmos com algumas capacidades à medida que o tempo vai passando e que nos levam a tornarmo-nos dependentes de algo ou de alguém!
Se confundimos acontecimentos, é porque de facto tivemos a oportunidade de os presenciar; se por acaso tivermos a infelicidade de perder a nossa autonomia e começarmos a depender de algo ou alguém, não importa! É sinal de que um dia fomos livres e dependentes ou de que conseguimos conquistar alguém que se preocupa connosco e que não se importa de cuidar de nós!; se tivermos lapsos de memória, bem.. aí há-de sempre haver algum auxílio que nos ajude a recordar aquilo de que nos esquecemos. Isso é sinal de que não vivemos sozinhos e de que convivemos durante os anos que anteceram!; se nos sentimos cansados é porque realmente demos o nosso melhor ao longo da vida, é porque rimos o que tinhamos que rir, chorámos o que tinhamos pra chorar, festejámos quando tinhamos motivo, corremos, enfim...é sinal de que vivemos e de que tivemos, de facto, alguns momentos felizes!
Desistir da vida por esta nos colocar perante alguns obstáculos que fazem parte dela não é de todo a melhor maneira de viver. Quem sabe isso não é um teste em que a única maneira de ter positiva é adaptarmo-nos às circunstâncias com que nos iremos defrontar dali em diante? :O

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B disse...

É claro que vale a pena viver o máximo de tempo possível, independentemente de perdermos a nossa autonomia, surgirem lapsos na nossa memória, confusões naquilo que realmente aconteceu, aparecerem sentimentos como o cansaço, alguns prolemas a nível de saúde e aparência, e de regredirmos com algumas capacidades à medida que o tempo vai passando e que nos levam a tornarmo-nos dependentes de algo ou de alguém!
Se confundimos acontecimentos, é porque de facto tivemos a oportunidade de os presenciar; se por acaso tivermos a infelicidade de perder a nossa autonomia e começarmos a depender de algo ou alguém, não importa! É sinal de que um dia fomos livres e dependentes ou de que conseguimos conquistar alguém que se preocupa connosco e que não se importa de cuidar de nós!; se tivermos lapsos de memória, bem.. aí há-de sempre haver algum auxílio que nos ajude a recordar aquilo de que nos esquecemos. Isso é sinal de que não vivemos sozinhos e de que convivemos durante os anos que anteceram!; se nos sentimos cansados é porque realmente demos o nosso melhor ao longo da vida, é porque rimos o que tinhamos que rir, chorámos o que tinhamos pra chorar, festejámos quando tinhamos motivo, corremos, enfim...é sinal de que vivemos e de que tivemos, de facto, alguns momentos felizes!
Desistir da vida por esta nos colocar perante alguns obstáculos que fazem parte dela não é de todo a melhor maneira de viver. Quem sabe isso não é um teste em que a única maneira de ter positiva é adaptarmo-nos às circunstâncias com que nos iremos defrontar dali em diante? :O

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Anónimo disse...

A sabedoria do Homem está em se adequar psicológicamente à evolução física. Sentir-se bem consigo próprio através das diversas fases da vida, e nunca proferir a expressão: "no meu tempo é que era bom". Basta sentir que é bom o momento em que se encontra, apesar da diminuição das suas capacidades físicas.