Sim, já sei que não tenho escrito no blog!
Sim, eu sei que têm sentido a falta dos meus textos!
Sim, prometo que voltarei a escrever com frequência!
…
Bem, passando a parte em que peço interminavelmente desculpa por ter abandonado o mundo da blogosfera por uns tempos, tenho-vos a dizer que valeu a pena esta ausência porque as minhas férias foram absolutamente fantásticas. Entre Porto Covo, Albufeira, Lisboa ou Praia da Barra; entre festas, jantares, saídas à noite e dores de cabeça no dia seguinte, aconteceu-me algo que nunca esperei que me acontecesse e foi apenas há uns dias atrás. Estão prontos? Tornei-me benfiquista.
Sim, eu sei que têm sentido a falta dos meus textos!
Sim, prometo que voltarei a escrever com frequência!
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Bem, passando a parte em que peço interminavelmente desculpa por ter abandonado o mundo da blogosfera por uns tempos, tenho-vos a dizer que valeu a pena esta ausência porque as minhas férias foram absolutamente fantásticas. Entre Porto Covo, Albufeira, Lisboa ou Praia da Barra; entre festas, jantares, saídas à noite e dores de cabeça no dia seguinte, aconteceu-me algo que nunca esperei que me acontecesse e foi apenas há uns dias atrás. Estão prontos? Tornei-me benfiquista.
É verdade. Eu nunca tinha entendido muito bem o mundo de futebol. Sempre me meteu confusão o facto de o desporto-rei estar incluído na máxima de Salazar “Fado, Futebol e Fátima”. Afinal o que tem de tão especial este jogo que movimenta multidões?
Antigamente, o que me ocorria quando alguém falava em futebol era a imagem de um jogo idiota em que 22 jogadores correm 90 minutos atrás de uma bola que estupidamente não conseguem colocar dentro de uma baliza cujo comprimento vai de uma ponta a outra de minha casa. Intrigava-me o facto de haver tanta gente a ser paga só para jogar um desporto tão simples e rudimentar.
Sempre fui daqueles que não tomava parte nas discussões sobre futebol. Clubes, resultados, faltas, penalties, árbitros, cartões vermelhos, transferências ou treinadores…nada disso fazia sentido na minha cabeça. Não me interessava nem um pouco. Acho que nunca soube mais do que três jogadores do Benfica e sempre fui aquele ignorante que perguntava inofensivamente o que era um fora de jogo. Nunca obtinha resposta, apenas uns quantos olhares reprovadores. Comecei a não perguntar nada e a concordar com a maioria nas tais discussões de café (sem fundamentar a minha opinião, claro!).
Sempre considerei o futebol um mundo machista, ao qual os homens atribuíam demasiada importância. Hoje em dia o futebol serve de desculpa para tudo. Quando joga o Benfica ou qualquer outro clube dos grandes, não interessa se há casamentos, baptizados, funerais, o aniversário da mulher ou qualquer outro assunto de maior importância. O futebol está sempre em primeiro lugar. A agenda fica à partida preenchida com o horário do emprego e o horário das jornadas. Não há fins-de-semana. Sai-se da praia mais cedo porque dá o Benfica. Adia-se a ida ao médico porque dá o Benfica. Não se vai jantar fora porque dá o Benfica. Já para não falar dos dias em que decidem não só acompanhar o jogo do Glorioso, como o de todos os outros clubes, mesmo de ligas internacionais. Desde que o Cristiano Ronaldo foi para o Manchester ou o Mourinho para o Chelsea, que se tornou imperativo acompanhar todos os passos do futebol mundial.
Uma vez cheguei mesmo a ir assistir a um jogo ao estádio do “Glorioso”. Acho que foi mais um esforço do meu pai e dos meus irmãos para me converterem num benfiquista ferrenho. Não deu resultado. Quando cheguei à bancada perguntei-me o que raio ía eu ver daquela distância, o relvado?! Tentei integrar-me no ambiente de excitação e emoção em que se encontrava toda a gente à minha volta, mas foi-me totalmente impossível. Já para não falar de todos aqueles cânticos asneirentos que sempre considerei desnecessários… Acho que foi o dia em que bati mais palmas sem saber o motivo. Nunca percebi porque é que os adeptos aplaudem mesmo quando o jogador falha o golo! Tudo bem, foi boa a jogada, mas falhou! Querem que falhe outra vez?
Bem, mas tudo isto foi antes! Rendi-me finalmente ao mundo de futebol. Comecei por ver um jogo no outro dia, acompanhado de uma cervejinha e de uns tremoços, ladeado pelos meus primos. E não é que gostei? Passado meia hora já nem me reconhecia. Dei por mim nervoso quando a bola se aproximava da nossa baliza e soltei mesmo uns valentes “ahh” de insatisfação quando falhávamos. Talvez tenha sido demasiado crítico durante toda a minha adolescência. Dei uma oportunidade ao futebol e resultou. Espero, contudo não chegar à fase dos palavrões e é obvio que não irei abdicar de um fim-de-semana romântico apenas porque dá jogo… Mas ver um jogo quando posso não ofende ninguém e até é divertido.
E eu, que sempre fui o estúpido que não sabia o que era um fora de jogo…Quem diria!