quinta-feira, 8 de abril de 2010

Madness

Dizem que todos os génios eram loucos. Dizem que o amor tem uma grande parte de loucura e que a própria loucura tem uma certa razão.
Sejamos então todos loucos e ainda que sem uma canção sobre loucos de outras partes do globo, cantemos a loucura daquilo que é a existência.

Há loucura em cada emoção. Há razão em cada loucura provocada por emoção.

Há loucura na confiança, no depósito de expectativas, na partilha, na entrega, no olhar, no sorrir, no ouvir, no dançar, no tocar, no falar, no amar, no ser... Há loucura em querer alcançar todos os sonhos de miúdo e em querer alcançar o inalcançável. Há loucura na adrenalina e na acomodação. Há loucura no selvagem e há loucura na privação. Há loucura no negativismo e há loucura na prepotência.

No entanto, há razão, de igual para igual, com essa louca loucura. Andam de mãos dadas, tal como andam muitos outros semelhantes que nos tiram a pele lisa em volta dos olhos. Andam lado a lado, espalhando magia, do mesmo modo que o fazem mil e dois outros distintos gémeos seus.

Contradizem-se, como me renego eu.
Afirmam-se, como me acho eu.
Baralham-se, como me baralho eu.

Há loucura no acordar todos os dias. Há loucura no deitar todos os dias. Há loucura no amar de vez em quando ou todos os dias.
Há loucura quando colocamos 'se?', quando empregamos 'mas...' e quando achamos que 'não sei.' .
Há loucura quando afirmamos que será para sempre, que será nunca, que sim e que não.

E mesmo assim, há razão e sensatez em tudo.

Somos loucos? Somos. Nascemos nus, expectantes, firmes e loucos. Se tivessemos só razão, não sei se teríamos nascido.

Mas nascemos, derivantes dos habitantes das lianas. Loucos, selvagens, irracionais a tempo inteiro, mas nem sempre no activo do papel.

Somos loucos? Somos. Somos loucos e fazemos loucuras, da mesma maneira que somos amigos e confiamos, da mesma maneira que somos fãs e confiamos*, da mesma maneira que somos amantes e amamos, da mesma maneira que somos crentes e acreditamos.

Não há mal na loucura. Não há mal em usar a loucura que nos mostra como viver.
Deixemos o mundo girar, deixemos que ele seja racionalmente louco.
Não vale a pena lutar contra o que se sente.
Se temos frio, pois vistamos mais roupa.
Se temos calor, pois tiremos a roupa que vestimos a mais.
Se amamos, amemos.
Se odiamos, ignoremos ou resolvamos os problemas.
Se temos um dom, partilhemos.
Se somos loucos, loucos seremos.
Porque num dia racional, nus, queixosos e loucos nascemos.


* ser fã de um clube de futebol, cuja sigla é sl**, é a única excepção à loucura abordada neste aglomerado de ideias. Essa loucura é a única que não tem qualquer relação com a razão.


** b

3 comentários:

SparkingMind disse...

"Aqueles que acreditam no impossível, são os mais felizes!"
(E. de Guérin)


[Deixo só um p.s. e quando queremos dançar, dancemos loucamente! =P]

Renata disse...

Cat: Como sempre, adorei este texto. Revi-me em muitas partes dele. É mesmo isso! A loucura que cada um tem (e todos nós temos a nossa) justifica muitas vezes algumas actitudes incompreendidas aos olhos dos outros, possuidores de uma loucura diferente. Pq a loucura de cada um é única, como ele próprio. E assim se geram mal-entendidos, derivados da pouca percepção da loucura alheia.
Adorei!!
Bjkas

B disse...

não te esqueças do que nós combinámos. Começa a ver aí uma 5feiraaaa já já! LOL :D
beijinhos * adoro-teee!