terça-feira, 26 de maio de 2009

Liberta-te!

Queria escrever um texto que fosse engraçado, bem estruturado e que agradasse a todos os que o lessem. E, como em todas as ocasiões em que queremos fazer algo bem feito, compliquei demasiado. Tentei procurar um tema, escrevi as primeiras frases vezes sem conta, pensei na maneira como o ía terminar, apaguei o que escrevi repetidamente, até que reparei que nada do que surgia me satisfazia completamente.

Foi então que me ocorreu que talvez não o devesse fazer, pelo menos desta meneira. Quando pensamos demasiado numa coisa, ela torna-se naquilo que pensamos dela e não naquilo que realemente é. Forcei demasiado a esferográfica que pegava com a mão direita. Não a deixei escrever por si e tudo o que foi surgindo na folha em branco era apenas fruto do meu pensamento forçado e não do meu sentimento. Nada era real. Eram apenas criações sem nexo, impessoais que pairavam indiferenciadamente sobre a linha azul.

Por fim reparei que, tal como este texto, muitas das coisas que fazemos na vida são demasiado forçadas. Pensamos com muita frequência nas consequências de tudo aquilo que fazemos ou de tudo aquilo que nos acontece. Queremos sempre ser nós os comandates da nossa vida e acabamos por a controlar demasiado. Criamos expectativas muito altas que depois não se cumprem. Ou então sofremos, temendo consequências diabólicas, quando na verdade não acontece nada do que esperávamos que acontecesse.

Deixa que o destino te tome as rédeas. Deixa que a vida te surpreenda e torne o teu dia especial. Sente tudo ao máximo, porque só assim poderás saber o que é a vida. Não cries expectativas em relação aos outros. Deixa que eles te mostrem quem são. Vive cada dia como se não soubesses nada sobre sentimentos. Descobre-os e vive-os à tua maneira.

Não gastes tempo a pensar sobre tudo o que te rodeia, porque só assim conhecerás a verdadeira essência da realidade.

Não planeies. Chora quando for preciso. Ri-te como se só te pudesses rir uma única vez. Faz algo inesperado todos os dias. Ama sem ter medo de não seres correspondido. Diz tudo o que te vem à cabeça bem alto. Sê tu mesmo e não aquilo que os outros esperam que sejas...

Numa palavra: vive!

7 comentários:

Catarina. disse...

Eu acho que certas apresentações de Ao podem influenciar a escrita! Só faltou aqui como musica de fundo a 'Vive a Vida' do Boss AC.

1º Andas a dar mts erros ortograficos;
2ºGostei deste texto. Acho que o tema tá bem retratado e que tudo o que dizes é verdade, é sensato...
3ºComo tudo, é sempre mais fácil falar do que fazer. COncordo contigo em tudo o que disseste, mas é-me muito (mesmo muito) dificil agir sem pensar nas consequencias e pior, pensar nas consequencias e por isso, não agir!
4ºAcreditas naquilo que defendes e vives de acordo com isso?
5ºSó pra relembrar, 'Não é um planeta!!'
6ºÉs mau pra mim e eu não gosto de ti!
7ºTenho que ir estudar.
8ºGostei do teu texto André. Mas da proxima vez que a escrita te sair só porque queres que saia, não o faças. A escrita não se obriga, porque se assim for, deixa de ser a nossa escrita, a autêntica manifestação das nossas opiniões, pra passar a ser uma aparencia. E tu não queres isso das tuas 'obras' pois não ?

Beijinhooo 'lunático' *

Catarina. disse...

de AP *

B disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
B disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
B disse...

exacto, exacto :)
agora põe em prática tudo o que disses-te!
Aos poucos, vais perceber que nem tudo é como descreves-te e que às vezes.. Bom, que às vezes até importa pensar, criar expectativas, fazer planos, não dizer tudo o que nos vem à cabeça, pensar nas consequências e sermos nós a ditar aquilo que vamos fazer ao invés de esperar que seja a vida a fazê-lo por nós. Sermos conscientes. "Sofrer"!

(É claro que também é importante agir de forma espontânea algumas vezes, fugir à regra daquilo que é comum e que toda a gente faz (que é agir sem deixar "que o destino lhes tome as rédeas"), dizer a primeira coisa que nos vem à cabeça sem pensar nas consequências que daí podem advir, não criar expectativas acerca de algo ou de alguém afim de evitarmos possíveis desilusões, enfim. Isso possibilita-nos muitos momentos alegres, é certo. Mas até que ponto é que isso contribui para aquilo que é realmente a felicidade? e até que ponto é que isso nos consegue mostrar qual é, de facto, a verdadeira essencia da vida?

Se seguissemos à regra tudo aquilo que descreves-te, que foi lindo, acabariamos por nos tornarmos todos iguais uns aos outros (banais), agiriamos todos do mesmo modo, não sofreriamos com desilusões, não errávamos, não perdiamos, não sentiamos medo e não tinhamos com que nos preocuparmos. Mas também não estariamos a ser nós próprios e nem daríamos o real valor àquilo que nos rodeia... e é exactamente aí que se encontra a essencia da vida e a chave daquilo que é, verdadeiramente, a felicidade!)

Um beijinho febrinha!
(Tenho saudades daquilo que és, realmente!*)

B disse...

"Um dia, quando ainda não conhecia a consciência, apresentaram-me a alegria, a inocência, o bem, o "para sempre", a ingenuidade, a verdade, a harmonia, o sorriso, histórias com finais felizes, amizades e amores eternos.. (Esqueceram-se de me apresentar a maldade, a mentira, o erro, histórias com finais dramáticos, sentimentos como a vingança, a inveja e o ódio!)

Cresci sempre com a crença de que bastava querer que conseguia, a crença de que nada acabaria mal e de que ninguém magoaria ninguém! A crença em amigos que durariam uma vida, pessoas que depois de conhecidas, jamais iriam partir..
Cresci com a crença de que todo o mundo girava à minha volta, sem problemas, sem angústias, lamentações, tristeza, pobreza e afins..


Um outro dia cruzei-me ao acaso com a consciência, entrei no seu mundo e deixei-a entrar no meu... Conheci o arrependimento, a falsidade e a vontade de desistir... Deixei de crer na verdade, na amizade sincera, nos sentimentos duradouros e em tudo que estivesse relacionado com a alegria!

Deparei-me com a dor, o obstáculo, o sofrimento, a lágrima, a indecisão, a crueldade e aprendi a perder...


Julguei tudo aquilo que conhecera até então e dei tudo como uma grande (des)ilusão, uma grande mentira!
Com isto chorei, caí, sofri, desacreditei tudo aquilo em que acreditara e conheci a solidão, o medo, o erro, o mal, a injustiça e a hipocrisia!


Depois disto parei para pensar nas histórias que me haviam contado antes de conhecer a consciência e em toda a imensidão de sentimentos que um dia julguei conhecer!


Porque não tentar trazê-los de volta ao meu mundo, se tinham sido eles que me tinham mostrado o que era a tão desejada felicidade? Resolvi lutar, lutar para que tudo voltasse a ser como havia sido!

Não sabia o que fazer nem como fazer...
Foi então que o medo me apresentou a coragem e esta me mostrou a esperança, a força de vontade e o real valor daquilo que me rodeava e das pessoas que me circundavam! Passei a dar mais importância a tudo e a valorizar cada coisa de um modo que antes de conhecer o mal me era completamente desconhecido!


Só depois de conhecer o mal, é que percebi o que era realmente o bem.. E só depois de ter experimentado sentimentos como a solidão, o medo, a tristeza, a frustração e outras coisas do género é que percebi o que era, de facto, a importância de alguma coisa: um amigo, um gesto, um momento, um sonho, um amor, uma família, um dia, um conselho, um lar, um mundo, uma vida!


Valeu a pena sofrer? passar por tudo o que passei? conhecer tudo o que conheci? errar? Claro que sim! Só assim consegui não só saber o que era a felicidade, como consegui senti-la de perto.. toquei-lhe!

Bia (18/06/08)"

Ines MV disse...

"Quando pensamos demasiado numa coisa, ela torna-se naquilo que pensamos dela e não naquilo que realemente é."
Tu sabes Andre...adorei o texto. Beijinhooos