quinta-feira, 5 de março de 2009

A crise, as crianças e o futuro

Hoje o tema da minha reflexão é o futuro das crianças em Portugal. Este clima de crise que vivemos actualmente irá reformular completamente a vida das crianças, de modo a prepara-las para a realidade preocupante que irão enfrentar futuramente. De facto, ninguém escapa à crise, nem mesmo os mais novos.

Reparem como a crise consegue alterar profundamente a estrutura das brincadeiras das crianças de hoje em dia. Em vez da tonelada de brinquedos que todos tivemos quando éramos pequenos, agora as crianças têm apenas uma quantidade reduzida de bonecada que as faz pensar nas escolhas que são obrigadas a fazer. No outro dia, a minha prima veio-me perguntar como poderia pedir um empréstimo. Ao que parece, a barbie não tinha modo de obter o seu palácio e não podia pedir dinheiro ao banco, pois este não tinha liquidez. A mais famosa boneca do mundo estava, então, disposta a casar-se com o Ken, para obter algum apoio financeiro.

Com a crise, irão também aparecer novas ofertas no mercado, no que diz respeito à criançada. Jogos como “Quem quer ser empregado?”, em vez do antigo “Quem quer ser milionário?”; ou “Pequena ou média empresa”, em vez do antigo “Monopólio”; ou ainda “A batalha fiscal”, em vez da famosa “Batalha Naval”, irão revolucionar o mercado.

No futuro, as crianças deixarão de jogar os jogos da mesma forma. Quando jogarem à “apanhada”, um será o credor, que tentará apanhar os devedores. Quando jogarem às “escondidas”, será a vez do polícia apanhar os corruptos. E quando jogarem futebol, os consumidores correrão atrás da “bola poupança”, que tentarão prender nas redes de uma baliza.

Também a oferta cinematográfica se alterará. As crianças poderão assistir à “Branca de neve e os sete tostões”, onde uma bela rapariga será sustentada apenas por sete tostões e escapará às garras da Dívida Má; ou “A Pequena Carteira”, onde uma jovem sereia, não suportando o custo de vida perto do mar, emigrará para a cidade à procura de um emprego melhor.

Em suma, praticamente todas as crianças deste país sofrerão as consequências desta crise. Todas as suas acções serão direccionadas para uma realidade difícil, onde aprenderão a fazer sacrifícios para superar o abrandamento da economia. A vida está cada vez mais difícil e, como se costuma dizer, “de pequenino se torce o pepino”.

3 comentários:

Catarina. disse...

Mais uma vez André, ao contrário do que dizes, o texto não está estupido, feio, mal escrito ou nada do género. É sim, diferente daqueles que costumas escrever e embora tenha gostado bastante deste texto, acho que prefiro os outros. Isso talvez porque sou um bocado sentimentalista, meia lamechas e demasiado "queridinha" como alguem diz.

Gostei do texto Andrée, mesmo! Então as tuas comparações da Barbie, da Pequena Sereia e da Branca de Neve :O Mesmo fixeee...

Beijinhoo

Anónimo disse...

Tão mesmo fixe :D ahaha

Beijinho*

Anónimo disse...

*Tá