Preparo-me para uma ida às compras em Lisboa. Já fiz a minha lista:
- Uns calções de banho
- Uns calções normais
- uma camisola
Dirijo-me para a baixa, pois sei que lá encontrarei muitas daquelas superfícies gigantescas onde a roupa se acumula em pirâmides prestes a desmoronar. Afinal, se procurar de certeza que hei de encontrar o que procuro.
Vou de metro. Está um calor abrasador. Chego lá e já só me apetece voltar e tomar um banho. Mas como isso significaria não comprar aquilo que quero, então continuei.
Entro numa das tais superfícies comerciais a que me referi. Deparo-me com um mundo têxtil à minha frente. Uma multidão desloca-se apressadamente carregando pilhas de roupa por entre os braços.
Atordoado vou para o primeiro cabide que consegui visualizar nitidamente. ah, que bom! São calções. Um bocado formais, mas que se lixe! Vou experimentar e logo vejo se gosto. Procuro os provadores de roupa durante dez minutos. Reparo que a fila para os provadores é maior do que a fila para pagar. Em Lisboa há filas para tudo!
Desisto, ponho os calções na pirâmide mas próxima e dirijo-me para a saída. Estou com tanto calor que vou já para casa. De repente vejo uma parede com pulseiras. Estou tão revoltado que pego numa indiscriminadamente e vou pagar. Aparece o meu irmão com uns calções que experimentou rapidamente.
Pago a pulseira e os calções. Vou-me embora o mais rápido que consigo, com uma dor de cabeça daquelas bem fortes. Passo por uma parte da loja que nem tinha visto antes. E logo a parte mais jovem da loja. Sinto-me estúpido. Estive o tempo todo na parte mais formal! Volto costas e vou para casa, de metro novamente. Pago o meu bilhete numa daquelas máquinas que só nos roubam tempo e lá vou eu, com destino ao lar. Sinto-me fatigado e farto desta cidade tão grande. Chego a casa e avalio os prejuízos:
- Uma pulseira que ainda não estou certo de que a vou usar
- Uns calções que paguei, mas são para o meu irmão, que já me disse que não gostava muito deles.
- menos trinta e tal euros na carteira
- Um cansaço e um calor de morrer
- Uma dor de cabeça que ameaça perdurar
Ufa! Vou dormir e esquecer que alguma vez me levantei.