No inicio custa. Adaptar é sempre difícil.
Estranhas a falta de claridade, estranhas os poucos rostos conhecidos, estranhas o barulho.
Estranhas os movimentos desconhecidos, estranhas as vozes roucas, estranhas as emoções extasiadas.
“Primeiro estranha-se, depois entranha-se.”
E vives tudo como se tivesses acabado de nascer. Como se dançasses, risses e te divertisses pela primeira vez.
Aprendes tudo de novo.
Os passos, a euforia, as frases sem nexo, as emoções descontroladas, os risos, as expressões de gozo, a confusão, a distracção, a alienação do real…
Tudo te deixa anestesiada. Não assimilas nada no tempo real. Deixas pra depois.
Ouves tudo o que te dizem, aceitas ou declinas, sorris ou franzes o sobrolho, ris ou viras a cara.
Danças e sentas-te. Descansas.
Danças e cantas. Voltas a dançar.
Uma última vez, agora mais calma.
Sorris. Já aprendeste novamente a ser feliz.
Tudo parece tão simples, tão especial, tão feliz, tão teu…
E sim, é de facto tudo simples, especial, feliz e teu.
Depois, ficam as recordações… As tuas, as minhas e as de quem se lembrar.
Catarina*
3 comentários:
Reaprender a viver é certamente uma virtude. Não é fácil, mas é necessário.
beijinhos
não bebam demasiado, nem olhem para as pessoas exibicionistas que, tal como o nome indica, exibem seu material por detras de uma gabardine
Aprender a viver numa realidade diferente, é sempre dificil... Mas por vezes essa nova realidade pode até ser uma coisa boa... Por isso essa aprendizagem até pode ser boa...
Bjx (gostei do texto)
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