sexta-feira, 3 de julho de 2009

Serei?



Ás vezes penso na evolução que tivemos desde pequenos até ao agora, até à pessoa que somos.

Decerto, que muitas das características que hoje tenho já vêm desde que era uma garotita e que há marcas base, quer na fisionomia quer mesmo na personalidade, que nunca irão desaparecer. São então, as minhas características fortes, aquilo que nunca irá mudar, que não irá faltar numa recordação nem num espelho.

No entanto, há outras, que foram mudando com o tempo. A maneira de encarar certas situações alterou-se. Se antes, tudo o que era diferente do meu padrão habitual era considerado errado ou a evitar, agora tudo o que é diferente do padrão que levo, é possivelmente aceitável. Posso discordar ou considerar que não gosto, mas aceito-o, enquanto antes o repudiava e criticava porque não era o que eu fazia.

Antes, como criança que era os sonhos não eram só sonhos. Eram objectivos. Já quis ser música ou escritora, já quis encontrar a pessoa certa aos doze/treze anos e já quis mostrar que era mais que alguém e por isso podia, plenamente criticar todas as atitudes. Nessa altura, tudo isso fazia sentido.
Afinal, sonhos são indicações que devemos seguir firmemente.

Nesses anos ponderei entrar numa escola de música um bocado longe de casa e que implicaria viver longe aos 14 anos. Considerei também escrever uma espécie de diário de adolescentes confusas que comecei a escrevinhar antes de deitar, e que colocava todas as noites debaixo da almofada. Pensei também, que os amores que se sentiam eram para sempre e que se por acaso acabavam, nunca mais seria feliz.
Ainda bem que foram apenas ponderações.
Não fui para uma escola de música, nem escrevi um livro e muito menos deixei de ser feliz por causa de uma ou duas paixões mal acabadas.

De facto, ainda considero que os sonhos devam ser encarados como objectivos.

Mas na altura em que conclui isso pela primeira vez faltavam-me muitas particularidades para que pudesse agir, um pouco mais correctamente. Faltava-me sensatez, imparcialidade, faltava-me ser mais compreensiva para com aquilo que existia para além de mim.

Hoje, acho que sou uma pessoa melhor. (Mas no passado também pensava que o era.) Nem sempre sigo os sonhos, porque alguns que não podem passar disso, porque sei que é melhor que não passem; nem sempre concordo com aquilo que a maioria das pessoas concorda, mas sei aceitar esses pontos de vista e sou muito mais compreensiva e imparcial do que antes; e sei, que os amores são para sempre recordar e que os há mais e menos importantes, mais ou menos possíveis, mais ou menos capazes de nos fazer felizes, mas nenhum significa o fim da felicidade. O fim de um amor pode significar o fim de um bom período mas nunca a impossibilidade de ser feliz. E mesmo aqueles amores, que nunca começaram, também não significam que não possamos ainda ser felizes, com aquele ou com outro sentimento, naquele ou noutro espaço de tempo.

Acho que sou por isto, e por muitas mais circunstâncias, uma pessoa melhor.

Serei? Talvez.

3 comentários:

Andre Vidal disse...

Claro que és!
és uma pessoa espetacular!
talvez nao tenhas mudado muito na parte de achares que és melhor...convencida. mas pronto, podias ser pior.
beijinhos

B disse...

De certo que sim.. uma pessoa cada vez melhor!!! GOSTO MUITO DE TI :)
(e gostei do texto, e das fotos! lol :D)
beijinhos!! aacmf*

Christiana disse...

Claro que és uma pessoa melhor... E cada vez mais te irás tornar melhor... E também é assim que gosto de ti, dessa tua maneira de ser... Gosto muito de ti.