segunda-feira, 27 de julho de 2009

A viagem


Um carro cheio de tralha, quatro pessoas e três cães. Foi assim que começou a viagem que me trouxe de novo ao Alentejo. Sim, isso mesmo, três cães. Começámos por ter dois quando eu prometi estupidamente que os levaria à rua sempre que fosse necessário. Claro que nunca cumpri a promessa, mas parece que não houve qualquer problema porque a família arranjou espaço para mais um elemento quando o meu irmão mais velho decidiu arranjar um cão que o acompanhasse na vida lisboeta.

Acontece que ter um cão não é propriamente igual a ter um peluche. Rapidamente a junção do cão com a vida de um estudante universitário pareceu cada vez mais impossível. Horários para passear, horários para comer (e eles não comem congelados!) e horários para o veterinário. É verdade…o despertador começou a tocar demasiadas vezes ao dia e a ideia do peluche pareceu cada vez mais encantadora. Passado algum tempo o cão foi despejado sem qualquer hipótese de reconciliação, como se fosse um qualquer inquilino indesejado que ainda por cima não pagou a renda.

A minha mãe, claro, não se importou nem um pouco de ter ao seu cargo mais um animal de pêlo. Recebeu-o como se fosse o dia mais feliz da sua vida. Apenas se esqueceu, não sei se propositadamente, da parte “como é que vamos conseguir pôr mais um cão dentro do apartamento”, que certamente o meu pai terá pensado. A verdade é que lá nos temos conseguido arranjar e hoje estamos todos juntos, rodeados pela belíssima paisagem alentejana.

É estranho, mas parece que precisamos de mudar de lugar para nos sentirmos realmente de férias. Tenho pensado se o facto de pôr um sobreiro no quintal do meu prédio faria alguma diferença. Talvez sim, mas desconfio seriamente que o sobreiro não se daria muito bem em terras acima do Mondego, especialmente junto ao parque de estacionamento do prédio onde vivo. Já agora, aproveito para enviar uma mensagem aos meus vizinhos: será que podiam deixar o carro na garagem? É que ultimamente não se consegue encontrar lugar em lado nenhum. Por vezes dou por mim a verificar se entrei no prédio certo, não vá eu ser apanhado a entrar noutro 2º esquerdo qualquer enquanto uma sexagenária se passeia nua e descontraída pela sua casa.

Bem, mas voltando ao assunto inicial do texto (a viagem), hoje tive uma das mais difíceis tarefas de todos os tempo – fazer as malas. Irrita-me nunca encontrar o que procuro. Acho que foi o dia em que mais iniciei a pergunta “Mãe, sabes onde está…?”. E não é que as mães parecem saber sempre de tudo? Foi também o dia que em que mais ouvi a típica frase “Só não perdes a cabeça porque está agarrada ao corpo” seguida de uns risinhos de gozo. É por esta razão que, de forma a resolver o problema, isto é, para que eu possa evitar toda esta tortura, deviam inventar um GPS para objectos. As chaves e o telemóvel parecem ser os mais propícios ao desaparecimento. Passamos por eles tantas vezes, mas quando precisamos deles, nunca aparecem.

Em suma, o que interessa é que estou finalmente no Alentejo e o saldo da viagem acabou por ser bastante positivo este ano. Só me esqueci de duas coisas (os óculos de Sol e o carregador do telemóvel). Já começaram as apostas sobre o que vou cá deixar quando voltar para Águeda. Um casaco? A escova de dentes? Não me importam as especulações. Tentem apenas evitar a expressão “cabecinha no ar” para me descrever. Começo seriamente a ter um problema com as frases feitas.

4 comentários:

Andreia disse...

Gostei do texto :D

ahah

tão fixe ;P

B disse...

Oh André eu não me quero alongar muito, até porque não gosto de falar sobre estas coisas, muito menos por aqui, para que qualquer pessoa possa ler! (Ninguém tem nada a haver com aquilo que é nosso!)
Só quero que saibas que apesar de tudo de mau que já nos aconteceu nunca deixei de gostar de ti.

E não é que me queira gabar, mas tens toda a razão. Eu sou de facto uma óptima amiga! Aliás, dúvido que encontres outra por aí com a mesma paciência e tão ou mais boa que eu! Mas dúvido mesmo!

Quanto ao teu blog.. Pois eu realmente costumo cá vir visitá-lo caso não tenhas reparado mas assim de repente, não consigo encontrar bocados de mim em todos os textos que cá estão! Neste por exemplo, não sei onde me encaixe a não ser que.. Espera, é isso! Tu falas aí de 4 pessoas e 3 cães. As 4 pessoas provavelmente são o teu pai, mãe, eu e o João enquanto que os 3 cães são a Pepsi, a Petcha e… falta mais alguém, não é? Hum… Ou isso, ou escreves-te o texto a fim de me convencer a ir aí ter contigo. É que não vejo que outro tipo de relação tenho eu com isto! (sim com isto) enfim…

PERDES-TE OS MEUS LIVROS? O QUÊ? Tu realmente não existes! Eu aqui toda querida a responder-te a um comentário mais ou menos querido e tu… TU PERDES-TE OS MEUS LIVROS?? Eu bem que estranhei o teor das tuas palavras! Graxista!!! Agora percebo o porquê de cada uma!!
Foram tipo um pedido de desculpa pela tua irresponsabilidade e falta de controle (quem não sabe beber, não bebe).
E tenho que cá vir ler os teus textos porque todos têm bocados de mim… Tu queres é fazer propaganda ao teu blog porque sabes que o meu tem mais visitas que o teu… Aproveitador!
Assim??? Assim não vais longe e eu não gosto de ti!!!! PERDES-TE OS MEUS LIVROS!!!!!!!!!!! PARVO PA!!!! PARVO!

(PS: Tenho que admitir que quase me convences-te no início. Foi boa a tentativa, mas não André, não desculpo, até porque sei que consegues fazer melhor! lol GRRR :@)

B disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
B disse...
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